Sabe quando você se sente jogando um jogo, sem nem ter pensado em pressionar start é a pior sensação do mundo.
E é por isso que hoje não posto palavras minhas e sim uma metáfora, que explica muito bem como me senti nos últimos dias, explica uma conversa com um garoto que eu até poderia chamar de meu pequeno príncipe... mas ele não pediu que eu desenhasse um carneiro a ele e tampouco sou sua rosa.
Logo, fiquem com o trecho do livro:
"As pessoas grandes adoram os números. Quando a gente lhes fala de um novo amigo, elas jamais se informam do essencial.
Não perguntam nunca: Qual é o som da sua voz? Quais os brinquedos que prefere? Será que ele coleciona borboletas?
Mas perguntam: Qual a sua idade? Quantos irmãos ele tem? Quanto pesa ? Quanto ganha seu pai ?
Somente então é que elas julgam conhecê-lo.
Se dissermos às pessoas
grandes: Vi uma bela casa de tijolos cor-de-rosa, gerânios na janela, pombas no telhado... elas não conseguem, de modo nenhum, fazer uma idéia da casa.
É preciso dizer-lhes: Vi uma casa de seiscentos contos. Então elas exclamam: "Que beleza!"
Assim, se a gente lhes disser: "A prova de que o príncipezinho existia é que ele era encantador, que ele ria, e que ele queria um carneiro. Quando alguém quer um carneiro, é porque existem" elas darão de ombros e nos chamarão de criança!
Mas se dissermos: "O planeta de onde ele vinha é o asteróide B 612" ficarão inteiramente convencidas, e não amolarão com perguntas. Elas são assim mesmo. É preciso não lhes querer mal por isso. As crianças devem ser muito indulgentes com as pessoas grandes.
Mas nós, nós que compreendemos a vida, nós não ligamos aos números! Gostaria de ter começado esta história à moda dos contos de fada. Teria gostado de dizer:
« Era uma vez um pequeno príncipe que habitava um planeta pouco maior que ele, e que tinha necessidade de um amigo... » Para aqueles que compreendem a vida, isto pareceria sem dúvida muito mais verdadeiro.
O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupéry "
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