quinta-feira, 31 de março de 2016

Migrei. Simples assim.
Você pode encontrar minhas aventuras e meus rascunhos efêmeros por aqui agora: https://rascunhosefemeros.wordpress.com/


terça-feira, 29 de março de 2016

Falta-me o mar

Falta-me coragem pra dizer uma infinidade de coisas, bem como assumir quando estou errada ou assumir algumas fraquezas.
Falta-me coragem para assumir que sou limitada, ainda que os sonhos e as vontades sejam infinitas
Falta-me forças pra dizer "não" algumas, muitas, vezes.

Falta-me pulso firme para dizer: vá embora.
ainda que meu coração queira que você fique, minha vida não te cabe mais.
Falta-me dizer o quanto você me faz mal, ainda que um dia tenha feito bem.
Ainda que tenha sido uma história linda e feliz, e que ainda me faça sorrir com as lembranças
Falta-me dar o ponto final e seguir.

Falta-me espaço pra respirar
Falta-me sumir
Falta-me o mar

segunda-feira, 28 de março de 2016

Cotidiano #2





relatórios.
trabalhos. provas. relatórios.
Telefone.
Escreve. dói pulso. escreve. dói mão e dedos.
Chega em casa mais cedo
Escreve.
Relatórios
Resumo.

A vida segue seu rumo dentro do tic tac mais acelerado do relógio, o tempo parece passar mais depressa enquanto ela se sente como o coelho branco, sempre atrasado, e entre esse devaneio, as inúmeras coisas importantes e inacabadas, não resolvidas e por fazer, dão lugar às lembranças, onde ela sente saudade de quando o único "Tic Tac" era o do relógio do Castelo Rá-tim-bum, de quando os finais de tarde eram recheados com brigadeiro de alguma festinha do fim de semana e Tin-Tin na televisão. A saudade de quando as preocupações eram a lição de casa e o uniforme.

Em meio a todas essas lembranças nesse dia imenso que nem terminou ouve-se uma voz irreconhecível, de ninguém especificamente, talvez de alguém que ela ainda nem conheça que diz:
"O tempo passou né, pequena... mas eu estou orgulhosa de ti".

Assustada, se pergunta de quem seria essa voz... e enquanto inventa mil e uma possibilidades, e tenta desvendar esse enigma, adormece e tenta sonhar.




domingo, 27 de março de 2016

Das distâncias e open bar...

Escuto canções e dedico-as a um amor que não existe.
A um amor que deve ter entrado em coma
daqueles alcoólicos mesmo, após uma daquelas noites de open bar na Augusta.
Escuto canções p'rum amor que está prestes a existir.
Existir dentro d'um peito que ainda cicatriza
E ainda que incerto e não concreto,
aquece o coração que ainda bate, mesmo arisco.

Escuto canções e as tomo como trilha sonora.
Roteirizo as relações distantes.
Crio histórias inteiras, com diálogos, como filmes na minha cabeça.

"- Moço, sinto que to ficando apaixonada por você, o que não faz sentido nenhum, porque estar ficando é apenas estar e pra esse estar vir a ser, falta pouco quase nada, só te peço, ainda que não venha agora, deixe a porta aberta... "
"- Ei, espera, amanhã to por ai e..."
"- Te busco que horas na rodoviária?"



sexta-feira, 11 de março de 2016

Cotidiano #1



A caminho do trabalho ela lixa as unhas e pensa no caminho diferente que tem feito devido à passagem de nível bloqueada.

Hoje foi um daqueles dias de sorte, o ônibus passou e ela acabara de chegar ao ponto, atrasada, como sempre, contudo hoje tinha tudo pra não ser um dia comum, vestida com um vestido bem pink, jaqueta de jeans escuro e o lenço cor-de-rosa-de-vários-tons enrolado desajeitadamente no pescoço.

Resolveu passar um tanto de pó, rímel e tirou o batom vermelho da bolsa para voltar ao lugar que nunca deveria ter saído, os lábios daquela mulher que já não se escondia mais, a mulher que já queria precisar das atualizações de filtro, principalmente se isso era um fator ou qualquer coisa que a silenciasse.

Ela poderia estar de mal humor, claro, estava chovendo e dias de chuva não costumavam ser tranquilos ou favoráveis para os cabelos vermelhos e cacheados, comumente e carinhosamente chamados de "arrepiados" pelo professor de Literatura, apesar de todos os aparentes motivos para o mau humor matinal, ela sorria.

Sorria apesar do dia cinza e incessantemente chuvoso.

Sorria porque hoje era dia de coração na bochecha e "I don't wanna feel blue anymore".



domingo, 14 de fevereiro de 2016

Do lado de fora...

Pra você moreno, até samba escrevi, era de carnaval confesso, era samba de folia, de coisa que parece não ter a importância que tem.
Por você moço, quase morri de amores, soterrei sentimentos confusos e os recriei em versos ácidos que já não surgiram do mesmo lugar que o samba.

Eu assumi todas as coisas que precisavam ser colocadas pra fora, me comprometi, fui sincera e deixei a esperteza de lado.

Seria mais fácil se nada tivesse acontecido, se eu não tivesse atravessado a cidade por e com você.
Seria mais fácil se você estivesse imóvel, intacto e distante, como deveria ser, mas seu instinto aventureiro, seu "jeito livre de ser" falou mais alto e...

"Terça to ai gatinha, me deve uma Heinekken"

Aquela que eu não paguei propositalmente, pra te fazer voltar ou me fazer ir, pra te ver de novo nem que fosse mais uma única vez, pra ter um pretexto até para conversarmos, como se fosse algo necessário mas...

As vezes eu sei meu lugar, meu bem, e dessa vez é do lado de fora...

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Corre...


Escuto o começo do violino de uma música que me diz para não voltar pra casa e me lembro dos sábados, da barra, do espelho, dos pliés, dos port de bras e de todo tempo passado em sequências repetidas e as vezes erradas, mas sempre buscando a perfeição a cada passo.

Faz falta sim, mas um dia eu volto...

Sinto que não podemos permitir que os amores da vida virem uma obrigação, um fardo pesado a se carregar.

Os amores da vida precisam ter leveza.

Sentada no escritório, lembrei de todas as coisas enquanto a música ainda ecoava em meus ouvidos, as minhas memórias se confundiam e eu deixava um sorriso se abrir nos olhos enquanto mordia os lábios.

Sabe, tenho escrito coisas que são novos amores, uns amores imensos que arrecadei sem querer no meio do caminho, enquanto eu tropeçava e me erguia, sem cansar.

E enquanto penso nisso tudo, eu escuto alguém dizer "Corre!" e é isso que tenho feito.
Antes, se eu corria era pra te ver meu bem, hoje, é para observar o quanto a vida pode ser maravilhosa, ainda que estejamos por um triz.


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Das coisas que (não) cabem no coração

Nos últimos meses muitas coisas trocaram de lugar, algumas fui eu quem tive que buscar, e reaprender o caminho de volta pra casa já desacompanhada.

Depois desse rompimento, eu tive, não só o coração inteiro partido em milhões de pedaços os quais tive que juntar, mas todo o meu ser estava destroçado. Eu era ruína, faltava-me caminho, faltava-me ser. E pra minha surpresa, você que sempre esteve por lá, me exigiu um posicionamento.

Meu amor, como pode exigir algo de alguém que já não sabia quem era? Como pode me deixar e ser egoísta a ponto de me cobrar algo que você sabia que eu não poderia oferecer?

Você sempre soube da história inteira e ainda assim, para estar ao seu lado, deveria me submeter às suas condições e desculpe moço, não sou assim e você já deveria saber.
Se achas que é falta de afeto, que seja, mas você sabe que não entro em campo para perder, principalmente quando nesse caso, o prêmio que perderia seria meu próprio ser.

O segundo "isqueiro azul" então, foi seu, que você não quis buscar então dei meu jeito e fim.
Se duvidas, eu repito, sinto sua falta SIM.
mas não posso abrir mão de mim, não de novo, e você jamais aceitaria uma mulher que se faz dela mesma, uma mulher que é amor da cabeça aos pés.

Sei que todo mundo precisa de cuidados as vezes, mas eu mesma tratei de costurar o coração retalhado e segui, e realmente a saudade me rendeu ótimos frutos. O sofá tomou novamente seu tamanho ideal para mim, meus livros e a dose de solidão necessária. Já não é tão ruim não ter alguém com quem compartilhar algumas pequenas coisas. E é por conta desses pequenos prazeres redescobertos recentemente que não posso embarcar nesse navio que sem zarpou e já naufraga.

Desculpe por não ficar, por não zarpar contigo, meu amor, mas naufrágio não está nos meus planos e mais: você nunca poderá entender um coração que cabe mó galera, a penteadeira, as 3 vidas inteiras e o meu amor...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Quem nasceu pra Eponine nunca será Cosette.

Coadjuvante de uma história que nem existe
Amou sozinha
Amou um amor que nem era amor
Plagiou tantas outras histórias
Roubou tantos poemas pra recitar e...
quando viu.
Já era tarde

Era tarde da noite quando emudeceu.
Será que sabes os sonhos e pesadelos que habitas hoje?
Sabes de todas as dores, das noites de tormenta e mal dormidas
das preocupações que tive
e sufoquei
e calei.

Calei porque virei sombra
Calei porque virei sobra.
E sumi...
Por nunca aceitar fazer outro papel na tua vida.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Resposta ao exílio

Trilha sonora:
Solitária - A banda mais bonita da cidade
Canção pra não voltar

Não.
Eu não sei mais da sua vida.
Não mesmo.

Quando deixei você ir.
Você estava tão bem, com suas cervejas, suas visitas e finalmente tinha comprado o dvd do seu filme favorito, aquele, argentino, que eu odiava.

Com todas essas coisas, que percebi o quanto não combinava mais nós dois, percebi o quanto deixamos de estar ou ser, você era outra pessoa e eu também.
A vida que havíamos juntado já não era a vida que estava ali na minha frente.
Foi então que resolvi apagar as fotos, já que elas não faziam mais sentido quanto antes...
Apaguei tudo chorando sabe?
Não. Você não sabe. Não viu.
Faz diferença?
É claro que não.

Mas depois, eu me levantei e escalei a imensa parede que estava na minha frente e cheguei ao topo da pedra mais alta, e lá de cima do abismo que eu havia me jogado eu pude ver a imensidão as possibilidades que me esperava e sorri.

O vento soprou meus cabelos, secou a pequena lagrinha e, ainda que machucada, eu segui.


sábado, 16 de janeiro de 2016

"Ele também se despediu de você..."

É nesses dias chuvosos que sinto falta do chá, logo pela manhã, e das músicas tristes no violão.
Sim falta de um choro que não veio.
Chego a sentir falta da falta, falta da solidão e de estar só por vontade própria.

Sua partida se aproxima novamente, sinto isso na sua voz, que apesar de não escutar, imagino.

A luz la fora, projetada na tela da janela do meu quarto, desenha sua sombra no meu lençol
A mesma tela que me protegia de cair lá embaixo quando era mais nova, hoje protege meu querido Leo, e lá ele transformou em refúgio, deita na espécie de beiral da janela e lá observa tudo que pra mim parece maior.
As vezes me vejo pensando em como será que ele vê o mundo?

Não consigo tirar da cabeça que ele também se despediu de você...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

que seja...

meu coração é terreno infértil, destruído por nele ter cultivado monocultura por muito tempo, talvez tenha virado areia de tanto ser dilacerado pelas raízes das plantas que nele cultivei com tanto cuidado, raízes essas que sugaram quase tudo de bom que havia, nos tempos de terra fértil, forte e roxa.
meu coração é terreno baldio, terra de ninguém, casa abandonada onde algum espírito faz morada.
meu coração é efêmero, terreno inabitável, é lugar para estar de passagem.
aceito apenas visitantes em meu coração e que fiquem por períodos pequenos.
e não ache que aceito visitantes por medo do antigo dono voltar e resolver se fixar novamente, não, meu coração deixou de ser grade pra um amor só.
meu coração é uma hospedagem que não permite moradores, apenas transeuntes e que seja leve, e que seja alegre e que seja livre, desde que seja amor.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Dos amores que a gente deixa de conhecer

A bailarina torta e levemente embriagada
se afogava em maré alta, solitária.
com olhos de boneca, vestido listrado e lábios vermelhos
Poderia ser confundida com uma atriz qualquer, amadora é claro.

Enquanto rodava e dançava com o mais novo par
Sorria.
Encantava e se divertia
Enquanto aguardava a próxima onda de falta, tristeza e solidão, que certamente viria.

O coração,
dilacerado novamente por um amor que ali passara há pouco
ainda que ferida, ainda que caída
Ela sabia que havia sido um amor sincero e arrebatador.

Um amor que hoje ela não conhecia mais
Um amor que era tão irreal, que parecia ter sido apenas um daqueles sonhos bonitos
que sempre acaba ao acordar.


então, ela acordou.


Um dia a frase veio

"Olá, como vai?
Tudo bem?
Acredito.
O dia passa bem aqui..."

Sinto já ter começado algo assim outras vezes, algo com essa canção.
Peço perdão por ser repetitiva, mas tenho sido assim, ando falado sobre o mesmo assunto um número incontável de vezes, culpas das coisas que deveriam desmoronar e insistem em estar aqui, cambaleando, porém, de pé.

Tenho contado as mesmas histórias, as do começo e do fim, as do meio também.
Ando repetindo aos quarto ventos uma única palavra: seu nome.

Desperto-me
Um amigo distante me chama: "Vem me ver
ouvir essa música comigo numa noite dessas sentada na frente da Igreja do Rosário em Ouro Preto"

Ouro Preto.
Quem me conhece sabe o que essa cidade significa pra mim.
E quer saber?

"eu quero é botar meu bloco na rua..."

Comprarei passagens para breve, para muito breve
ainda que não saiba o que significa ou quando será esse breve...
Afinal
o breve é quando?

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Um beijo, adeus.

Dei play no meu álbum favorito daquela banda que você tanto gosta, talvez pela última vez, talvez pela primeira nessa nova fase em que você me colocou. Sozinha, óbvio.

Você claramente fez suas escolhas, e no momento da partida, sem até logo e muito menos adeus, eu só consigo lembrar de todas as coisas boas que você trouxe com seu gosto musical incrível e todas as qualidades que eu sei que você possuía, apesar de demorar a me mostrar.

Sabe, você sempre foi um tanto misterioso pra mim, digo isso pra não dizer que a verdade é que NUNCA te entendi... mas gostava da sua oscilação entre responder calorosamente e me ignorar.
Masoquista né não?
Eu diria trouxa, talvez até apaixonada.

Eu ignorei todas as opiniões sobre você e sinto dizer que todos estavam certos... 
Apesar da saudade que sinto, hoje, ela não é mais sobre você... é saudade do tempo que passamos juntos.

A gente nunca daria certo, meu bem.
Um beijo
Adeus.