segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Another fairytale.


Lá estava Valentina, mais uma madrugada em claro, uma onda de frio em pleno verão, e é em uma dessas noites esporádicas que ela resolve voltar no tempo, revendo mentalmente todas as aventuras passadas e pensando "Quantas coisas já vivi e quantas apenas vi passar, e cacete eu sinto falta de tanta gente"

A música tão esperada começa a tocar lentamente, ela se arrepia por nada, por lembranças inventadas, existentes apenas em devaneios curtos entre poucas palavras faladas. A respiração falha, ela resolve respirar fundo e mergulhar na lenta melodia, calma, misturada com seu perfume e outras imaginações. Desiste de sonhar sentada, de estica na cama e se envolve e se perde pensando nas inúmeras possibilidades.

Sente-se péssima por não poder ter todas as pessoas que queria por perto e adormece, no dia seguinte acorda pensando:


"Tenho 24h pra ser feliz hoje e, dessa vez, não vou desperdiçar e nem vai ser em apenas pensamentos e davaneios"

Uma, duas na terceira vez ele atendeu, era uma voz misturada com sono e dúvida "quem me desperta a essa hora?" 

"Ér...Alô?"
"Oi, sou eu, Valentina, preciso te ver... e precisa ser agora, pode?"
"Pode vir aqui pra casa, tenho coisas pra resolver e não vou poder sair hoje."


Ela não respondeu, arrumada, saiu deixando a porta bater e esquecendo de trancar, não havia tempo para isso. E correndo pelas ruas, pensava... "Estou mesmo fazendo isso?"

Ele não havia terminado de escovar os dentes quando a campainha tocou, cuspiu, vestiu a primeira camiseta que estava a sua frente (e que não tinha cara de pijama) e foi atender a porta, era Valentina, ela estava lá, meio descabelada e sorrindo pra ele.

"O que você está fazendo aqui?" 
"Ué, você disse que poderia vir, aqui estou, quero passar meu dia com você."
"Mas..."
"Eu não vou te atrapalhar, só preciso ficar um tempo com o meu melhor amigo, por quem secretamente eu sou apaixonada desde sempre e ele nem imagina. Ops, falei"

Ele não sabia o que responder, ele jamais imaginaria isso e ela havia contado com tanta naturalidade que isso o assustou, ficou sem reação. Então ela continuo falando.

"O que foi? Precisava te contar isso um dia né? E, sinceramente, nem ligo que não seja recíproc..."



Não conseguiu terminar de falar, foi interrompida com um beijo, aquele que ela tanto sonhou e pensava que nunca receberia. E sentiu como se, apesar de já ter beijado alguns outros rapazes, esse fosse o seu primeiro beijo "do amor verdadeiro" como dizem os contos de fada antes do final feliz.



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