sábado, 12 de outubro de 2013

O Relógio

de Machado de Assis, editado e reconstruido por Mariie Jane

Não pude dormir.
Vi as horas todas da noite.
Usualmente.
Perdia o sono,
o bater do relógio fazia-me muito mal.

Tique taque soturno.
Vaga-roso. Seco.
A golpe.
Um instante a menos de vida.

Velho diabo, sentado. Dois sacos.
o da vida e o da morte.
Outra de menos,
Outra de menos,

Singular.
O Relógio parava.
Dava-lhe corda, 
Para ele não deixasse de bater nunca.

Pudesse contar todos os instantes perdidos
Invenções.
As mesmas instituições morrem.
O relógio é definitivo. 
Perpétuo.

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