terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Das coisas que só fazem sentido de madrugada...



"Sabe eu acredito que você possa ter um amor pra vida toda, por exemplo, você namora uma pessoa aí, de repente ela morre e você não consegue se envolver com mais ninguém, porque você já tinha encontrado a pessoa com quem você queria passar a vida, e ninguém vai poder ocupar esse espaço... Sei lá, eu acredito nisso"

Luiza chorava ao lembrar de como essas palavras haviam sido ditas, na mesma escuridão de meses atrás ela ouvia algumas música que havia pego emprestado dele.

"Gosto dessas suas músicas, elas me relaxam e me acalmam, uso pra dormir as vezes"
"Nossa você é doida! Se eu ouvisse uma coisa dessas dormiria chorando... Isso se conseguisse dormir"

Ela lembrava de mais esse diálogo, tantas lembranças estavam voltando e ela não as reprimia, lembrava da figura dos dois no espelho, do jeito que ele mexia em seus cabelos enquanto ela dormia, dos beijos suaves, das mãos dele no quadril dela.

"Você está fumando mais desde a última vez que nos vimos"
"Nossa, você percebeu isso..." 

Era incrível como algumas coisas passavam a fazer sentido agora, numa madrugada entre o fim de domingo e o começo da segunda. Com as músicas que praticamente pertenciam a ele... Se alguém visse o estado em que a garota se encontrava (se é possível dizer que se encontrava assim, tão perdida) era desesperador! Ela chorava agonizando, balançava a cabeça sem acreditar no que havia concluído, aquilo era doloroso demais para ser imaginado, e se um dia se tornasse real? Estava fora de si, completamente desesperada por compreender tantas coisas agora.

Ao mesmo tempo em que coisas ficavam claras, Luiza sentia como se apagassem coisas da sua mente, como se quisessem apaga-lo de sua mente, mas dessa vez ela não saberia encontra-lo, tampouco poderia encontrar... Ele era agora só uma lembrança boa que não existia mais...

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