terça-feira, 29 de janeiro de 2013

E que dia é hoje mesmo?


É como se viajasse de volta a si mesma, a um tempo só dela, onde ninguém seria capaz de entender o que se passava. E será que ela gostaria que entendessem?

"As coisas complicam muito quando são entendidas" pensava "pois, na maioria das vezes, são entendidas erradas, tortas e quase nunca como realmente são."

Contentava-se com sua loucura, seu excesso de amor por si mesma e de liberdade, era como um pássaro, por mais que não gostasse deles, se a prendiam e a apertavam demais, sentia-se morta por dentro mas, se deixavam-a solta demais... voava, sem pensar duas vezes.

"Quantas vezes já morri e já voei?" mais um pensamento no meio daquela noite chuvosa, sozinha, no mundo que desde seus 15 anos sonhava. Agora, com quase 25 pensava em todos os erros e o quão "consigo mesma" se encontrava, desde o último término a alguns anos (ou seriam meses?) ela não havia se envolvido com ninguém.

Preocupou-se em ficar rica o suficiente pra construir sua vida e, quando olhou para trás, viu a pessoa com quem havia feito planos, antes mesmo de qualquer compromisso, distante. Tão solitária quando ela. Não tinham mas contato, tampouco sabiam um da vida do outro, e aquela havia sido apenas mais uma lembrança e havia acabado, tão rápido quanto uma chuva de verão.

Era madrugada e lá estava ela, depois de mais um dia de conversas, aquelas que servem pra resolver ou confundir tudo, larga o par de tênis pela sala, brinca um pouco com sua gatinha e vai se perder nas águas do chuveiro. 
Prende o cabelo, coloca o pijama, sabendo que seria mais uma noite inspiradora. Vai pra cozinha, faz um café forte, pega o maço de cigarros, o cinzeiro e começa mais uma história entre um cigarro e outro coloca Legião para tocar e continua escrevendo, até o café esfriar, o maço acabar e o dia clarear na janela entreaberta do quarto... mais uma manhã se inicia, e que dia é hoje mesmo? 

Nenhum comentário: