E quando dei conta de mim, havia se passado pelo menos uns 20 minutos e eu estava parada, na mesma posição, com cara de "sei-l-a-o-que" e mais uma vez, alguém precisava de mais um pouco de tempo em alguma máquina para falar em um português um tanto quanto despojado com qualquer amigo em qualquer uma dessas redes sociais populares que duram por algum tempo até criarem outra e eu estava atrapalhando esse processo natural que é, pedir mais tempo e ser atendido previamente pela ruiva sorridente (ou nem tanto) da mesa ao lado, no caso, eu mesma.
Quando me toquei, estava com aquela cara de tonta sabe, aquela que as pessoas ficam quando estão apenas de corpo presente no espaço, com a mente longe, nos planos paro o jantar, na festa do dia seguinte ou na roupa que precisa ser limpa e passada por algum motivo especial (ou apenas por rotina, em uma sexta-feira à noite, quando não se tem nada além de um filme ruim na TV).
Estava nesse estado de "alfa" quando me interromperam e enquanto atendia a moça, de rosto desconhecido, expressão desesperada e dedos ávidos pela continuação da conversa, percebi no que exatamente estava pensando, e bem, era tão previsível e ao mesmo tempo improvável que me assustei e pensei em quão contraditória uma pessoa pode ser, sem dizer nenhuma palavra.
É claro que os pensamentos tinham total relação com algum relacionamento mal acabado ou mal começado que não precisava ser pensando quando nunca existiu ou não existia mais. E isso estava escrito na minha testa, era certo que eu estava com cara de apaixonada, em pleno dia dos namorados.
Pela cara que a moça me olhou e deu um risinho depois, dava pra saber o que estava se passando na cabeça dela: "Que linda, pensando nx namoradx, deve estão tão apaixonada por elx, ahh o amor." Não, ela não sabia que na verdade meus pensamentos era a mistura das desventuras amorosas que já vivi, aquelas que hoje já me fazem rir e suspirar, porque no final, ficam as lembranças boas de tudo aquilo que a gente apronta por aí.
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