terça-feira, 24 de setembro de 2013

MEUS OLHOS SÃO CASTANHOS

DO TÍTULO




Certa vez, navegando no vasto oceano digital, conheci uma sereia de cabelos escarlates. Isso, graças ao meu meio-irmão romano. Seu nome é Marina (aquela que vem do mar – no idioma antigo) e pouco a pouco nos tornamos amigos. Ela é uma pessoa ímpar, e eu, apesar de não saber nadar, gosto do mar e isso colaborou para que eu gostasse um pouco mais dessa pequena sereia. Era uma noite de outono – minha estação predileta – e meus olhos já pesavam devido ao sono. Ao me despedir da sereia, perguntei:

— Vai nadar?

— Você é meio maluco, só acho — ela disse em um tom risonho.

— Você é uma sereia, oras. Não posso perguntar?

— Inclusive, só você me vê assim — seu rosto ficou momentaneamente sem expressão e logo seus lábios se curvaram em um sorriso.

Eu sabia que ela não tinha uma cauda. É claro. Sereias não usam a cauda quando estão em terra firme, mas algo me dizia que a dela era de um tom esmeralda cintilante. Não, não brilhava como diamante, já existe uma Marina com diamantes e essa não é a minha sereia em questão, é só uma mortal comum que canta por aí.

Suspirei e então as palavras vieram naturalmente:

— Isso — sorri —, pois vejo o mundo de uma maneira diferente. Meus olhos são castanhos.


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