domingo, 12 de janeiro de 2014

Cotidiano

Eram vozes na minha cabeça, inúmeras e incompreensíveis vozes, falando todas ao mesmo tempo. 
Enquanto a chuva caia nos meio que criamos uma "área de fumantes" num dos lados do ponto de ônibus. O velho que fumava também me olhou de cima a baixo, certamente estava se perguntando o porque uma "garota tão jovem quando eu" estava comentando suicídio aos poucos, desviei o olhar dei um trago e ao soltar a fumaça uma voz clara invadiu meus pensamentos, era uma lembrança "nossa, como você fica cínica enquanto você fuma, garota" que bosta! Agora até meus inocentes cigarros me lembravam você, não fiquei nem um pouco feliz com isso. 
Desviei o pensamento, meu celular tocava "oi mãe" "eai, ta onde?" Uma pergunta recorrente vindo da minha adorável "mãe-superprotetora" "to no ponto de ônibus, indo pra casa" "ta bom, vem direitinho e com cuidado" "ta, beijo mãe, até já". 
Ela ainda me tratava as vezes como se eu tivesse uns 13 anos, eu aceitava bem isso. Quando olhei pro ponto novamente estava cheio. Pessoas diferentes, guada-chuvas, pensamentos e vidas se protegiam da chuva esperando ansiosamente pelo ônibus que parecia nao chegar nunca. Foi aí que adormeci.

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