sexta-feira, 28 de agosto de 2015

das desistências da vida...

A chuva tecia um pano branco pela cidade, era a única coisa que conseguia fazer sumir os prédios que poluíam a janela do escritório.

O caminho entre a estação e o trabalho sempre é levemente amedrontador, mesmo que odeie sentir medo dessas pessoas que são como eu.

Entre as leituras e escritos do tcc eu arranjo um tempo para me distrair e lembrar das coisas de cinco anos atrás, é tão engraçado ver o quanto amadureci, o quanto coisas passaram.

E caraca, já estamos aqui, terminando o temido tcc, sem enlouquecer muito e sem nada muito atrasado.
Três anos e meio passaram voando ou a minha percepção de tempo mudou pra caralho...

Antes dos 20 eu escrevia mais.
não sei ao certo o motivo ou razão para tal, mas é um fato, e vocês nem imaginam quanto é difícil conviver com esse bloqueio que parece durar mais do que realmente deveria.

Agora no período de transição, quando se aproxima mais uma revolução solar eu penso em tantas coisas que preciso mudar e tantas outras que preciso trabalhar em mim e vejo o quanto esse ato de:

parar.
pensar.
escrever.

Coloca para fora tudo que não tem como ficar mais aqui dentro, ao mesmo tempo que materializa isso tudo.

O ato de postar
contando que pouco ou ninguém verá também é grande exercício de coragem.

Um dia já quis ser escritora.
E lembro desse dia com carinho e um pouco de saudade, enquanto me pergunto:
E aí? Desistiu?

E eu que pensei que não fosse mais desistir de nada... chego a pensar que jamais terei meu nome estampado em alguma estante.
Chego a pensar que escrevo coisas que ninguém quer ler.

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