terça-feira, 19 de junho de 2012

Passado, Presente e Platônico

Unhas roídas, música lenta com letras criativas, blusa rosa e jeans. Sue está trancada no seu quarto, com seus livros, seus discos, suas palavras, as fórmulas e a monocromia das cores.
Seu pensamento estava longe, em uma certa rua, em um certo alguém. A garota pensava no sorriso, no olhar, na face, no corpo e na voz daquele ser misterioso com quem ela não sabia lidar, não sabia quase nada, ele era observador e Sue queria saber o que se passava na mente daquele garoto tão lindo, tão diferente, tão misterioso, cujo o nome ecoava na mente dela.


Sue sentia-se perdida dentro de si mesma, pra todo lado que olhava via o seu amor platônico, aquele que parecia mais platônico do que qualquer outro. Cada vez que ele passava por ela na escola, ou que estava ao alcance de seus olhos, Sue via que o garoto criava um caminho a passos largos para o seu coração, como se ele fosse cada vez mais parte dela, como se a cada pequeno gesto ele fosse entrando na vida dela. Até o momento em que observou sua imagem refletida no espelho e o que viu foi o garoto ao seu lado, A princípio esfregou os olhos, achou que fosse uma ilusão. Sue esqueceu por um instante que esse tempo de amor platônico já havia passado, e que agora tudo era real nesse momento, ela sentiu os lábios quentes do garoto em sua face úmida por uma lágriminha gelada. 

"O que foi meu amor, porque você está triste?"disse o garoto assustado e triste. 
Sue respondeu com um nada e um sorriso no rosto, "É uma lágrima de felicidade misturada com o medo de te perder" disse por fim antes de surpreendê-lo com um beijo apaixonado. "Hey, eu te amo sua boba." respondeu com os lábios colados aos de Sue.

Ambos sorriram, o sorriso mais sincero, e mais real que puderam, e então nada mais precisava ser dito. Foi assim que tudo que era platônico, tornou-se real como num passe de mágica.

3 comentários:

Unknown disse...

Não me pergunte o porque, mas lendo esse texto me lembrei de Dom Casmurro, quando Bentinho penteava os cabelos de Capitu, eles ainda jovens.

O título já havia me chamado a atenção, a história ainda mais, de como a "ideia" vira realidade, de como a percepção do tempo é diferente para casa pessoa em determinados momentos; e mesmo como o amor é sentido - ou desprezado - de diversas formas, compreensíveis ou não.

Mariie Jane disse...

Estou lisonjeada em saber que minhas palavras te fazem lembrar Machado de Assis.

ૠJúulio MacieLૠ         disse...

"Ambos sorriram, o sorriso mais sincero, e mais real que puderam, e então nada mais precisava ser dito. Foi assim que tudo que era platônico, tornou-se real como num passe de mágica."
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O Sorriso mais sincero,do amor mais sincero e irreal,essa postagem toca fundo na alma e especialmente esse verso toca minha alma e me lembra de um amor antigo,não só esta como outras postagens suas tocam minha alma ao lembrar de fatos ocorridos em minha vida.

Continue assim ^^