terça-feira, 2 de abril de 2013

A Calmaria que sucedeu a tempestade.







E lá estava ela de novo, em frente a todas as lembranças, com a cabeça cheia de pensamentos, o sorriso já conhecido, aquele que é reconhecível a quilômetros, o mesmo de quando ela está apaixonada, mas dessa vez era a inspiração que estava lá, ou deixava de estar, era apenas mais um sopro de vida, daqueles que tocam bem no nosso ponto fraco.

Ela não tinha, nem mais nem menos, explicações para nada, sentia-se vazia de palavras a dias, sem conseguir colocar tudo o que gostaria em verso ou prosa, estava apenas vivendo mais dias um tanto quanto iguais, esperando resultados, soluções para os "problemas" que havia criada a si mesma.

Abriu sua página no facebook, esperando não ver absolutamente nada de novo, quando foi surpreendida por uma mensagem, anunciando que teria mais uma oportunidade de vê-los e com eles cantar que "só queria tomar um vento na cara, e que lhe deu saudade da Bahia" (mesmo sem nunca antes na vida ter passado por aquelas ruas citadas em outras músicas, ou ter feito parte de tal realidade, seria possível? Sentir saudade de coisas que nunca viveu e lugares que nunca passou?).

E ela continuava ouvindo:

"Mil quilômetros de estrada ou de mar
Infinitos momentos para lembrar
Pode parecer o mais clichê dos clichês
Pode se esconder se você não notar"*




e sabia que no fundo, seu copo de palavras, inspirações, criações, versos, prosa e confusões estava apenas metade vazio e que, cabia apenas a ela, lidar com esse tipo de radioatividade do tempo sem escrever, porque afinal, todo tempo de calmaria sucede um tempo de tempestade... e assim segue-se o ciclo, nos ritmos, as vezes, de um riff de guitarra outras vezes de um soar das cordas de um violão e essa é mais uma das contradições e um dos mistérios de uma terra em transe, onde ela ainda não sabia onde aportaria o navio, ou já havia aportado?


*Música "O mais clichê" da banda Vivendo do Ócio
** Esse post foi inspirado em músicas da banda Vivendo do Ócio.

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