Tarde de quinta-feira. Fazia um sol gostoso lá fora, o dia estava com a cara da estação, outono.
Ao longe, a garota ouvia um som, as vezes com batidas de reggae, as vezes solando, outras tocando os clássicos de Legião Urbana e Barão Vermelho. Uma mistura de músicas, sensações, transições e fases diferentes dela mesma, era como se quem tocava, a conhecesse e ela sorria ao ouvir esse som, sem saber de onde exatamente vinha.
Sim, é exatamente o que está parecendo e esse é o ponto crucial da nossa história, ela não fazia a mais remota ideia de quem estava fazendo aquele som entrar em seu quarto e fazê-la parar, deitar na cama e ouvir atentamente, cada acorde, cada nota formando uma melodia para o seu estado solitário de espírito.
Ela queria poder descer, seguir o som, encontrar com o responsável pelo som e dizer o quanto ele estava certo em todos aqueles riffs, mas isso a faria parecer um tanto quanto maluca, mais do que já era considerada no lugar onde morava.
Em resumo, ela passou a tarde inteira ouvindo as músicas, podia afirmar que era um cara que as tocava, conseguia até imaginá-lo, levemente magro, com cabelos curtos, bagunçados, com a barba por fazer.
Estava quase se apaixonando por essa hipótese, tudo isso apenas pelo som da guitarra, quando, de repente, parou, acabou e não voltou pelos próximos dias.
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