quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

que seja...

meu coração é terreno infértil, destruído por nele ter cultivado monocultura por muito tempo, talvez tenha virado areia de tanto ser dilacerado pelas raízes das plantas que nele cultivei com tanto cuidado, raízes essas que sugaram quase tudo de bom que havia, nos tempos de terra fértil, forte e roxa.
meu coração é terreno baldio, terra de ninguém, casa abandonada onde algum espírito faz morada.
meu coração é efêmero, terreno inabitável, é lugar para estar de passagem.
aceito apenas visitantes em meu coração e que fiquem por períodos pequenos.
e não ache que aceito visitantes por medo do antigo dono voltar e resolver se fixar novamente, não, meu coração deixou de ser grade pra um amor só.
meu coração é uma hospedagem que não permite moradores, apenas transeuntes e que seja leve, e que seja alegre e que seja livre, desde que seja amor.

2 comentários:

Anônimo disse...

acho nos seus versos uma singelez sem igual. uma poesia indireta que faz com que esses tais transeuntes realmente queiram ficar. o amor é esse tal hotel que não permite moradores, e sim eternos e esporádicos - as vezes corriqueiros, outrora fieis - hóspedes.

Anônimo disse...

encontro uma singelez sem igual nos seus versos, tal qual todo e qualquer 'transeunte' queira tornar-se morador.
há uma poesia daquelas mais bonitas rabiscadas nas entrelinhas de cada frase.